Eric Kellerman

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A Dama dos Sentidos

*

*Meu amor ressuscitou ao teu chamamento.*
*A tua presença divina reanimou-o.*
*Reanimou-me, porque, ao amar, sinto-me*
*E, ao sentir-me, todos os meus sentidos despertam,*
*Agudizam-se:*
*Cheiro a tua presença,*
*Ouço a tua chegada,*
*Vejo-te despida de ti,*
*Tacteio os teus medos e salvações*
*E provo o sabor amargo da tua partida.*

*E quando voltas,*
*Ao amanhecer o meu dia selvagem,*
*Tu humaniza-lo.*
*Domas a impetuosidade dos senhores urbanos.*

*Mas onde estiveste de madrugada?*
*De que fonte bebeste a água da vida?*
*Que armas utilizas no duelo titânico contra a insubordinada morte?*
*Que seiva reproduz-se em tua floresta encantada?*

*E és vida.*
*E sufocas-me com vida.*
*E hás-de matar-me com vida.*
*E eu hei-de ressuscitar toda a vez que ouvir o teu chamamento*
*Porque és amor.*

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Um agradecimento especial a Leonardo Perpétuo

pelo seu contributo