PIEJAM

*

"Maria continuava em volta,

tocando apenas de vez em quando,

fazendo render aqueles momentos,

em que o seu prolongar só aumentava a intensidade,

a tesão"

*

Excerto do livro "As Fantasias de um Homem"

Dominique Lefort

*

*Sou a língua que te lambuza*

*funda*

*que morde-te como fruta*

*cereja*

*nas nesgas, na beira...*

*te toma*

*inteira*

*

*Sou a boca que te busca*

*em teus seios*

*que desce pelos vales e vãos*

*procura*

*a fonte da sede*

*bica, rio*

*nascente*

*

*Sou quem tem o vício do teu viço*

*teu gosto e veneno*

*teu suor*

*tua seiva*

*que bebo*

*sequioso*

*

*Sou a boca que te mastiga*

*de leve*

*e engole o sumo*

*quem te adentra*

*mexe na libido*

*intriga*

*instiga*

*afunda e navega*

*

*Sou quem te faz feliz*

*na ponta da língua*

*na dança*

*entre teus fundos*

*quem te faz sentir húmida*

*e aquece*

*desatina*

*que faz a rima*

*poema de pecado*

*enredo e segredo*

.........

*QUEM É*

*

*Fruta doce*

*morango*

*manga*

*mel*

........

*PECADO*

*

Um agradecimento especial a J-P.M.
pelo seu contributo

Dominique Lefort

*

“Numa das passagens da boca de Maria,

finalmente tocou-a,

com extrema suavidade.

Sofia soltou um grito de prazer profundo.”

*

Excerto do livro "As Fantasias de um Homem"

Peter Erber
*

Na noite densa uma côr baça, com textura suavemente irregular, luz cheia de formas curvas, subtis e deslumbrantes. Gira essa serapilheira possuída por gestualidade primordial; um rosto giro e as curvas dos seios adicionam-se àquelas formas, resultado do voo para a obscuridade daqueles cabelos negros e longos. Estes movimentos alimentam-me, fazem-me fluir, rasgo na mente serapilheira e questiono-me: será pilheira (a pedra da cozinha por cima da fogueira onde se colocam os pães de açúcar saídos da forma) o sabor duma metáfora da textura que me ilumina? Estou no futuro já depois do voo rasgado da serapilheira; daí em diante sei o fogo e o açúcar que tu és.

*

Um agradecimento especial a P.C.D.
pelo seu contributo

Horst Werner

*

*Não sei desenhar*

*as linhas do teu corpo,*

*nem esculpí-las*

*em pedra luminosa;*

*se tento,*

*falta dimensão e essa textura estritamente tua.*

*Sinto as linhas do teu corpo encantatórias, magnéticas;*

*aprendi a percorrê-las na vertigem e no tempo.*

*Quando a minha pele confraterniza*

*com as tuas curvas e reentrâncias,*

fabricamos festejos nos corpos,

*eles se afeiçoam; *

*neste diálogo gera-se êxtase,*

*superamo-nos.*

*

Um agradecimento especial a P.C.D.

pelo seu contributo

PIOTR KRZACZKOWSKI

*

“Maria sorria deliciada

enquanto lambia,

começando a deixar os percursos incompletos,

e mudava a meio

de um lado para o outro.”

*

Excerto do livro "As Fantasias de um Homem"