domingo, março 18, 2007


Peter Erber
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Na noite densa uma côr baça, com textura suavemente irregular, luz cheia de formas curvas, subtis e deslumbrantes. Gira essa serapilheira possuída por gestualidade primordial; um rosto giro e as curvas dos seios adicionam-se àquelas formas, resultado do voo para a obscuridade daqueles cabelos negros e longos. Estes movimentos alimentam-me, fazem-me fluir, rasgo na mente serapilheira e questiono-me: será pilheira (a pedra da cozinha por cima da fogueira onde se colocam os pães de açúcar saídos da forma) o sabor duma metáfora da textura que me ilumina? Estou no futuro já depois do voo rasgado da serapilheira; daí em diante sei o fogo e o açúcar que tu és.
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Um agradecimento especial a P.C.D.
pelo seu contributo

1 comentário:

Charlie disse...

E fervo lentamente apurando os sabores doces que a espalhar-se pelo ar já enebriam os sentidos. Cada palavra é um grão de açucar que descubro em caramelo a fundir-se em desejos de ti no infinito do meu corpo